domingo, 20 de julho de 2008

Tango

...anteontem (ou há cerca de quarenta e cinco horas atrás) eu ouvi (e prestei atenção) numa série de idéias e percepções a meu respeito.
O pior é que eu não ouvi, eu escutei. Atentamente.

Uma delas terminava com "...chega de carregar os outros. Tá na hora de alguém te levar pela mão!"

E eu:
...
... (e mais um pouco) ...

...CARALHO!
Se não tiver mão pra me levar, cala a boca!!!

Todo domingo eu vou dançar ao som de Tonda y su Combo, tocando os temas de sempre, que sei de cor. E a cada sessão de salsa, novas mãos me levam, carinhosas, disponíveis, cheias de luxúria ou amizade cristã, malícia e queridice malvada, uma ingenuidade suburbana que nenhum terceiro grau foi capaz de degenerar. E não me importa mais nada. É isso que quero e preciso, uma mão pra me levar.
E todo domingo me levam, nem sabem que me levam, e eu me deixo levar.

Quando tua mão puder, me leva que eu vou.
Se não, pára com esse discurso covarde, pleaaasee!
Ainda que sem muito jeito, nenhum cavalheiro me tirou pra dançar e não me levou, pela mão, até o final.
Do you really know how to dance?
Por qué me miras si no me sacas para bailar?

E me lembras que ainda procuro a tal mão, aquela mão, ideal romântico que o par da dança me traz. E isso dói, é o que mais dói, me dói em mim demais.

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